Afinal o que importa não é a literatura
nem a crítica de arte nem a câmara escura
Afinal o que importa não é bem o negócio
nem o ter dinheiro ao lado de ter horas de ócio
Afinal o que importa não é ser novo e galante
- ele há tanta maneira de compor uma estante
Afinal o que importa é não ter medo: fechar os olhos frente ao precipício
e cair verticalmente no vício
Não é verdade rapaz? E amanhã há bola
antes de haver cinema madame blanche e parola
Que afinal o que importa não é haver gente com fome
porque assim como assim ainda há muita gente que come
Que afinal o que importa é não ter medo
de chamar o gerente e dizer muito alto ao pé de muita gente:
Gerente! Este leite está azedo!
Que afinal o que importa é pôr ao alto a gola do peludo
à saída da pastelaria, e lá fora – ah, lá fora! – rir
de tudo
No riso admirável de quem sabe e gosta
ter lavados e muitos dentes brancos à mostra
Mário Cesariny de Vasconcelos
Poderás ouvir o próprio a dizer o poema no CD "os poetas" entre nós e as palavras - de 1997 sony music.
ResponderEliminar4 poema.
A musica vai de Rodrigo leão a Margarida Araújo.
Não perder o poema "A magnólia" da Luiza Neto Jorge. É vibrante como o vidro no segundo anterior ao estilhaço.
JMB
gracias (vou procurar)
ResponderEliminartenho aqui para "trocar" o dvd antologia - verso de autografia...ESSENCIAL (um dia faço um podcast daquilo)
me aguarde....
Poderoso...
ResponderEliminarO que importa é que eu saio cada vez mais tarde deste emprego. Isso é que importa. Quero viverrrrr! (desculpa o desabafo!hj tou assim :((((
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