sábado, 31 de outubro de 2009
sexta-feira, 30 de outubro de 2009
há, de facto, erros comuns.
"I'm fortunate enough to have earned enough money to be able to sit back and not panic, but I have to do something. I can't just glide through the rest of life." Henrik Larsson, a despedir-se da vida, e cometendo o comum erro de pensar que é através do trabalho que uma pessoa não "glide through the rest" das nossas vidas. Daqui.
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Henrik Larsson
que outras solidões te derrubem.
certamente faltaram muitas explicações. mas não queiras compreender porque um gesto se abriu e outro se fechou. contempla apenas a sombra da árvore que parada num instante se alonga ao sol e mais tarde se desfaz. tinhas toda essa mão para fazer um gesto. mas ficaste inerte. agora perdeste a tua sombra. e tens olhar de cega. que outras solidões te derrubem. adeus.
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PA
quarta-feira, 28 de outubro de 2009
afinal o que importa?
Afinal o que importa não é a literatura
nem a crítica de arte nem a câmara escura
Afinal o que importa não é bem o negócio
nem o ter dinheiro ao lado de ter horas de ócio
Afinal o que importa não é ser novo e galante
- ele há tanta maneira de compor uma estante
Afinal o que importa é não ter medo: fechar os olhos frente ao precipício
e cair verticalmente no vício
Não é verdade rapaz? E amanhã há bola
antes de haver cinema madame blanche e parola
Que afinal o que importa não é haver gente com fome
porque assim como assim ainda há muita gente que come
Que afinal o que importa é não ter medo
de chamar o gerente e dizer muito alto ao pé de muita gente:
Gerente! Este leite está azedo!
Que afinal o que importa é pôr ao alto a gola do peludo
à saída da pastelaria, e lá fora – ah, lá fora! – rir
de tudo
No riso admirável de quem sabe e gosta
ter lavados e muitos dentes brancos à mostra
Mário Cesariny de Vasconcelos
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Mário Cesariny de Vasconcelos
terça-feira, 27 de outubro de 2009
falhas de comunicação.
A última mulher de quem tentei ser amigo, achou que eu estava interessado em mais. Resultado: não ficou nada, nem amor nem amizade. A última mulher de quem estive interessado, achou que eu apenas queria ser amigo. Resultado: também não ficou nada, nem amor nem amizade.
Pode ter sido por uma coincidência absurda, macabra, astrológica. Pode ter sido porque, em ambos os casos, as duas queriam simplesmente coisas diferentes. Ou pode ter sido por outra razão mais credível e mais trágica: a quase absoluta impossibilidade de tornarmos as nossas intenções claras para as mulheres. Talvez, mas só talvez, porque nem nós sabemos ao certo o que queremos. Entre homens e mulheres, as amizades tendem a não ser muito mais do que falhas de comunicação.
Daqui, do Pedro Lomba.
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Pedro Lomba
your life is your life. know it while you have it.
your life is your life
don’t let it be clubbed into dank submission.
be on the watch.
there are ways out.
there is a light somewhere.
it may not be much light but
it beats the darkness.
be on the watch.
the gods will offer you chances.
know them.
take them.
you can’t beat death but
you can beat death in life, sometimes.
and the more often you learn to do it,
the more light there will be.
your life is your life.
know it while you have it.
you are marvelous
the gods wait to delight
in you.
don’t let it be clubbed into dank submission.
be on the watch.
there are ways out.
there is a light somewhere.
it may not be much light but
it beats the darkness.
be on the watch.
the gods will offer you chances.
know them.
take them.
you can’t beat death but
you can beat death in life, sometimes.
and the more often you learn to do it,
the more light there will be.
your life is your life.
know it while you have it.
you are marvelous
the gods wait to delight
in you.
Charles Bukowski, The Laughing Heart
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Charles Bukowski,
Tom Waits
segunda-feira, 26 de outubro de 2009
amanhã será um novo dia.
"Tudo era apenas uma brincadeira
E foi crescendo, crescendo, me absorvendo
E de repente eu me vi assim completamente seu
Vi a minha força amarrada no seu passo
Vi que sem você não há caminho, eu não me acho
Vi um grande amor gritar dentro de mim como eu sonhei um dia
Quando o meu mundo era mais mundo
E todo mundo admitia uma mudança muito estranha
Mais pureza, mais carinho mais calma, mais alegria
No meu jeito de me dar
Quando a canção se fez mais clara e mais sentida
Quando a poesia realmente fez folia em minha vida
Você veio me falar dessa paixão inesperada por outra pessoa
Mas não tem revolta não, só quero que você se encontre
Saudade até que é bom, é melhor que caminhar vazio
A esperança é um dom que eu tenho em mim, eu tenho sim
Não tem desespero não, você me ensinou milhões de coisas
Tenho um sonho em minhas mãos, amanhã será um novo dia
Certamente eu vou ser mais feliz"
Caetano Veloso
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Caetano Veloso
sábado, 24 de outubro de 2009
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
por onde quer que alongue os olhos vejo chuva.
as ruas por onde ando são estreitas.
e as casas querem-me engolir.
por onde quer que alongue os olhos vejo chuva
e sinto-me gemido pelo vento.
eu hoje sou assim
(e saberes mais só te ia distrair).
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quarta-feira, 21 de outubro de 2009
das coisas que nos tocam e não são cataclismas.
o link está ao lado e é suposto servir o propósito de sugerir leituras. mas isto é tão bom que apetece reforçar a ideia: vão lá. a ana tem um blog que cativa porque nos toca.
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Ana de Amsterdam
o dia deu em chuvoso.
O dia deu em chuvoso.
A manhã, contudo, esteve bastante azul.
O dia deu em chuvoso.
Desde manhã eu estava um pouco triste.
Antecipação! Tristeza? Coisa nenhuma?
Não sei: já ao acordar estava triste.
O dia deu em chuvoso.
Bem sei, a penumbra da chuva é elegante.
Bem sei: o sol oprime, por ser tão ordinário, um elegante.
Bem sei: ser susceptível às mudanças de luz não é elegante.
Mas quem disse ao sol ou aos outros que eu quero ser elegante?
Dêem-me o céu azul e o sol visível.
Névoa, chuvas, escuros — isso tenho eu em mim.
Hoje quero só sossego.
Até amaria o lar, desde que o não tivesse.
Chego a ter sono de vontade de ter sossego.
Não exageremos!
Tenho efetivamente sono, sem explicação.
O dia deu em chuvoso.
Carinhos? Afetos? São memórias...
É preciso ser-se criança para os ter...
Minha madrugada perdida, meu céu azul verdadeiro!
O dia deu em chuvoso.
Boca bonita da filha do caseiro,
Polpa de fruta de um coração por comer...
Quando foi isso? Não sei...
No azul da manhã...
O dia deu em chuvoso.
Álvaro de Campos, in "Poemas"
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Álvaro de Campos
segunda-feira, 19 de outubro de 2009
és um segredo fechado.
"De que serve o teu disfarce e o teu secreto olhar
Se não tens ninguém a quem te revelar.
Serás o silêncio ou um sonho desfeito,
Será teu o grito que arrancas do peito,
De que vale teres a Lua e o Céu inteiro para voar,
Se não tens ninguém a quem te puder dar"
Classificados, "Um segredo Fechado"
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Classificados
sábado, 17 de outubro de 2009
quinta-feira, 15 de outubro de 2009
devias de saber.
em todos os meus sentidos tive presságios de adeus, dos teus olhos se afastarem dos meus. de um dia te esperar e não haver chegada. de sentir que morrer dói. e por isso, agora, só te fixo nestas palavras escritas e não te confesso o meu sofrimento. mas amei-te para além de ti e sobreviver a isso é uma condenação, devias de saber.
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terça-feira, 13 de outubro de 2009
dá-me tudo que tens para me esgotar.
Joen Stubbe
vou parar-te no tempo,
empurrar-te para as minhas mãos.
dá-me tudo que tens para me esgotar.
(hoje não te vou perder).
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esgotei o meu mal.
Esgotei o meu mal, agora
Queria tudo esquecer, tudo abandonar
Caminhar pela noite fora
Num barco em pleno mar.
Mergulhar as mãos nas ondas escuras
Até que elas fossem essas mãos
Solitárias e puras
Que eu sonhei ter.
Sophia de Mello Breyner
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Sophia de Mello Breyner
sexta-feira, 9 de outubro de 2009
estás cá dentro, no sítio mais difícil de desocupar.
Sei que andas por aí, por Lisboa... O meu coração palpita por te imaginar perto, mais perto, mas depois tudo me lembra que temos que estar longe, e subitamente o dia de sol parece-me festivo demais para a tristeza que sinto cá dentro...
Fecho todas as janelas da casa e espero que a escuridão apague os teus traços da minha memória, mas não... Estás aqui... Estás cá dentro, no sítio mais difícil de desocupar...
Sei que andas por aí, por Lisboa... E eu ando também...
E buscando-te, não te procuro... E fugindo, não te esqueço...
Pedro Rapoula, 'Iniciação à Tristeza"
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Pedro Rapoula
quarta-feira, 7 de outubro de 2009
foste embora muitas vezes.
© Paulo Alves / tratamento digital
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segunda-feira, 5 de outubro de 2009
ode à Quinta do Portal (*)
© Paulo Alves 2009.10.03 | Sabrosa
as planícies foram levantadas e as encostas despidas por empréstimo.
os homens pisam agora as uvas que farão tremer os vossos copos.
saúde!
(*) pela excelência do vinho mas, muito mais,
por o querer partilhar todos os anos
com os amigos.
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domingo, 4 de outubro de 2009
sexta-feira, 2 de outubro de 2009
é assim que vou sentindo a aniquilação de nós.
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